Olá Marciomonego e Viniciusbh,
Vagões isotérmicos existiram em nossas ferrovias sim. Eles tinham classificação diferentes para seus modelos, já que podem ser ICD ou ICR, mas vou esmiuçar um pouco mais essas três letras do Sistema Integrado de Gerenciamento Organizacional - SIGO. As letras são I de isotérmico, C de comum e a última letra é a capacidade de carga bruta do vagão (80 toneladas), sendo D para a bitola métrica e R para a bitola larga.
Se as letras do sistema SIGO fossem respectivamente IFD e IFR, os vagões seriam isotérmicos e dotados de motores para refrigeração, chamados também de câmaras frias ou frigoríficos, mas não encontrei em nossas empresas de ferrovias, nenhum vagão desse modelo.
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Os primeiros que apareceram em nossas ferrovias foram produzidos pela empresa Middletown Car Company, e nesta foto aparecem com os engates ferroviários usados pela São Paulo Railway nos anos 1930. A empresa Companhia Continental de Productos se tornaria anos mais tarde o Frigorífico Wilson (provavelmente alguns lembram das latas de salsichas Wilson).
Este segundo modelo aqui foi produzido pela Fábrica Nacional de Vagões em 1949 para o Frigorífico Anhangüera, onde não podemos ver se o sistema de engates ainda é europeu, embora estejam visíveis ganchos sem os amortecedores de impacto. Os amortecedores não são necessários com os engates automáticos americanos.
A Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários - Cobrasma desenvolveu vagões isotérmicos com chapas metálicas em 1953, mas o da foto que foi fabricado em 1962 para o Frigorífico Matarazzo possuí os engates automáticos, porém os ganchos ainda estão presentes.
Neste vagão construído pela SONAC - Sociedade Nacional de Material Ferroviário em 1963 para o Frigorífico Matogrossense S.A., podemos ver o gancho sob o vagão, mas não identificamos o engate (provavelmente é automático). Também é possível ver que o vagão pertenceu a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - NOB.
A Indústrias Reunidas Santa Matilde também produziram vagões isotérmicos em 1973, que eram utilizados pela FEPASA. (Não encontrei nenhuma foto real desse vagão, apenas de modelos ferroviários em escala HO com engates Kadee).
Desconheço se a ALL possua vagões exclusivamente isotérmicos ou frigoríficos, porém, uma das últimas notícias que li sobre a Brasil Foods que é a fusão do Grupo Perdigão e da Sadia, as carretas rodoviárias são containeres frigoríficos que podem ser removidos do boggie e colocados sobre vagões plataforma para transporte ferroviário. Pode ser que esse modal de transporte seja adotado em regiões onde os frigoríficos ficam longe de ferrovias.
Fotos retiradas da internet a partir de links da publicação vfco.brazilia.jor.br
Abraços do Edu.