nova locomotiva 338 abpf

Oi julio pscheidt e demais amigos participantes do fórum Railworks Brasil,

O correto é dizer que é a mais recente locomotiva a vapor restaurada pelas oficinas em Carlos Gomes. A criação da ABPF Nacional deve-se ao francês Patrick Henri Ferdinand Dollinger. Em fevereiro de 1977 ele publicou, no jornal O Estado de São Paulo, um anúncio de treze linhas procurando pessoas interessadas em criar uma associação para preservação e restauração de locomotivas. Neste anúncio constavam o número de sua caixa postal nos Correios e o seu telefone em São Paulo. Apenas Sérgio Romano e Juarez Spaletta responderam ao anúncio. Mas em 04 de setembro de 1977 eles fundaram a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária numa assembléia com apenas 14 membros. Hoje nós somos alguns milhares (eu sou o associado 3.961).

Quando da criação da associação, a Rede Ferroviária Federal S.A. cedeu para a ABPF treze locomotivas desativadas. Em 1979 a ABPF recebeu o apoio da FEPASA que cedeu em comodato um trecho de 24 quilômetros de ferrovia que foi a linha tronco da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro - CMEF. O trecho inicia em Anhumas, Campinas e se estende até a cidade vizinha de Jaguariúna.

Foi na estação de Carlos Gomes que se estabeleceu as oficinas para recuperação da via permanente, das locomotivas a vapor, dos carros de passageiros e vagões, num trabalho árduo que dura até hoje. Em 1984, quando finalmente a associação criou um Museu Ferroviário, ele recebeu o nome de Viação Férrea Campinas-Jaguariúna. Não confundir com a estrada de ferro Campos do Jordão que é EFCJ.

Embora essa maravilhosa locomotiva a vapor construída por Baldwin Locomotive Works em 1925, na cidade de Philadelphia, EUA, em 1925, com o número de série 58.884, uma Pacific 4-8-2 com acionamento por três cilindros de vapor, seja a mais nova máquina restaurada pelas oficinas da associação em Carlos Gomes, ela já esteve operacional em outros tempos.


No vídeo abaixo, postado no Youtube em 06 de junho de 2008, o autor erra ao informar que se trata da locomotiva a vapor #1170. Percebam que a frente da locomotiva tem o terceiro cilindro de vapor abaixo da caldeira e acima do limpa-trilhos.


Na restauração que foi concluída na semana passada, a ABPF presta uma homenagem à Viação Férrea Centro Oeste, colocando o seu logo abaixo das janelas da cabine. O número 338 era da Rede Mineira de Viação. Como a 505 já tem o logo da RMV, o pessoal da ABPF Nacional resolveu presentear o pessoal do Núcleo de Estudos da Oeste de Minas, que teve todo o trabalho para pesquisar os detalhes de como era a pintura da máquina no tempo em que rodou pela empresa.

Abraços do Edu.