Fotos e vídeos da caminhada pelo trecho em 30-08-2015

Olá amigos participantes do fórum Railworks Brasil,

Neste último domingo eu e dois amigos da ABPF Regional Paraná resolvemos percorrer um trecho da ferrovia descendo a Serra do Mar no sentido de Paranaguá. Iniciamos a jornada por volta das 11:10 horas.


Nosso ponto de início foi a estação desativada de Roça Nova, hoje propriedade particular e transformada em restaurante, mas foi necessário aguardar um trem de vazios em tração distribuída atravessar o último túnel da ferrovia entre Paranaguá e Curitiba. Esse túnel é o único túnel que foi escavado com o emprego de perfuratriz para permitir o tráfego das locomotivas de tração elétrica Metropolitan Vickers 3.000 Volts B-B que saíam de Curitiba, onde iniciava a catenária, até a estação de Banhado, nosso objetivo nessa caminhada.


A extensão do túnel é de quatrocentos e cinqüenta metros. Até parece que a abertura de saída não é longe, mas desceremos a rampa na razão de 3%, ou seja, descemos três metros a cada cem metros percorridos. Em menos de cem metros, sem lanternas, a escuridão atrapalha a caminhada, embora seja possível manter o passo pelo espaçamento entre os dormentes da linha. O problema é topar com alguma peça caída sobre a via, geralmente sapatas de freio, lixo, animais silvestres mortos, grampos ou pedaços de tirefonds de fixação dos trilhos. Não tentem andar aqui sem a ajuda de lanterna. Eu não recomendo.


Seis minutos depois estamos do outro lado. Para quem não me conhece, agora ficou fácil me identificar. Para minha surpresa e dos amigos que me acompanhavam, a linha estava com os dois lados recém roçados.


Após vinte minutos de caminhada, estamos diante de uma das vistas da represa Caiguava, cuja água forma o reservatório da Usina Hidrelétrica de Marumby. No local havia uma olaria antes de ser construída a represa. Sua chaminé ainda aparece imponente, emergindo no meio das águas.


Trinta minutos de caminhada depois de sair do túnel 13, aqui o primeiro cruzamento com um trem carregado com containers descendo para o Porto de Paranaguá. Nos últimos vagões haviam passageiros clandestinos embarcados nos vagões plataformas.


Depois de uma hora e quarenta minutos, chegamos ao primeiro armário de CTC e uma seção de bloqueio com semáforo e detector de descarrilhamento.

Neste ponto que paramos para as fotos nos mantivemos fora do gabarito da linha, pois cruzou outro cargueiro carregado descendo a serra, desta vez tracionando hoppers com carga de milho.


Como fiquei diante de uma tala de junção com o lastro contaminado, acabei fazendo um pequeno vídeo.


Dez minutos de caminhada mais tarde, precisamos parar porque um auto de linha subia a toda no sentido de Piraquara, transportando dois andarilhos que se feriram no caminho do Itupava e foram socorridos pelo pessoal da via na estação ferroviária da Marumby.


A estrutura metálica do foto é um dos pontos da ferrovia por onde passa o leito do Rio Ipiranga. Ele está uns vinte metros abaixo daquela ponte.


Para atravessar, foi um pé atrás do outro sobre os dormentes. Não há passarela para pedestres aqui. Com uma pedra servindo de base para apoiar a câmera, aqui está o trio descansando um pouco.


Com duas horas e vinte minutos de caminhada, agora temos uma vista panorâmica do complexo rochoso que forma a Serra do Mar no entorno do Pico Marumby, porém, ele não aparece na foto, pois fica do outro lado disso tudo. Para vê-lo é necessário caminhar outros vinte e um quilômetros depois do nosso destino.


Depois de duas horas e trinta minutos de caminhada desde o nosso início, chegamos na estação desativada de Banhado. Neste local as locomotivas elétricas desengatavam dos trens, faziam o retorno num triângulo de reversão e engatavam os vagões vazios que subiam de Paranaguá para retornar para Curitiba. Da vila ferroviária, apenas uma das casas e a estação são mantidas pela concessionária. O restante das construções se transformaram em ruínas.


Enquanto nos recuperávamos bebendo água gelada na sombra, desceu o terceiro cargueiro tracionando mais hoppers carregados de milho.


Nosso amigo ferroviário de escala na estação desde as 7:00 e com jornada até as 17:00 horas ficou na plataforma para conferir a passagem do cauda, procedimento padrão é verdade, mas todo o trem desce e sobe a serra com o EOT.


Como o HT que portávamos não tem as frequências de rádio usadas na Serra, apenas a do CCO que transmite boletins e de pátio assistido, aguardamos a mensagem de rádio para confirmar de onde viria o próximo trem. Partimos para o nosso retorno cinco minutos antes do trem de passageiros deixar Morretes, sabendo que entre ele e nós havia um cargueiro na estação de passageiros Marumby que estava com problemas com a tração distribuída. Para trás, algumas imagens daquilo que foi um pátio bem movimentado, com triângulo de reversão, caixa de água para as locomotivas a vapor, hoje lembranças silenciosas daquela época.


Embora fosse em subida, nosso retorno foi mais rápido, talvez porque a mata nos dava sombra que antes não havia e estávamos determinados a cruzar o túnel 13 antes do trem de passageiros. Trinta e cinco minutos depois que partimos de Banhado, topamos com um bando de quatis sobre a linha. Estavam comendo o milho que caiu dos hoppers de algum dos dois cargueiros carregados que desceram.


Às 16:10 horas, uma hora e dez minutos depois de iniciarmos o regresso, essa é a represa Caiguava iluminada pelo sol no horizonte. O trem de passageiros parte de Morretes as 15:00 horas e vem em ponto 8 desenvolvendo VMA de 35 km/h.


Quinze minutos depois, já ao lado da visão da chaminé da antiga olaria, estamos fora do gabarito da via para sermos ultrapassados pelo primeiro trem em subida no trecho desde que aguardamos o primeiro atravessar o túnel 13, cinco horas e quinze minutos antes. Por ter apresentado problemas nas locomotivas da tração distribuída, ele sobe apenas com a metade de sua formação, com locomotivas na cabeça e na cauda. Em situação normal, o mesmo número de vagões entre a cabeça e a distribuída compõem a formação total do trem. Quem já ouviu o ruído de motores EMD 12-645E3 com sua turbina assobiando em ponto 8 deve imaginar a emoção de ouvir o ronco de quatro deles de uma vez.


Faltando apenas um quilometro para alcançar nosso destino, estamos na abertura do túnel 13, mas nos deparamos com um quati morto poucos metros depois de iniciarmos a travessia do túnel.


Da mesma forma como não coloco fotos contendo imagens de pessoas acidentadas, não vou enquadrar o quati na foto. Apenas a distância que nos separa do outro lado. Estamos a minutos de encerrar nossa caminhada.


Em incríveis uma hora e cinqüenta minutos desde que deixamos a estação de Banhado, chegamos em nosso ponto de partida, a estação de Roça Nova. Mas o melhor presente estava por aparecer em minutos. Alinhados com o prédio da estação, o ronco do motor turbinado das EMD GT22CUM do trem de passageiros ecoaram dentro do túnel 13. Mas aí eu fiz um vídeo. Nosso último registro dessa aventura.


Com excessão da foto tirada na saída do túnel 13 em nossa descida até Banhado, todas as outras são de minha autoria. Novas aventuras serão devidamente registradas. Nosso amigo Cid sugeriu que desçamos até Banhado e depois tomemos o caminho do Itupava para seguir até o Pico Marumby.

Abraços do Edu.

Olá Julio Rail, João Mayron, rogerio, Vinicius Barreto, Ronaldo, Elias e demais amigos participantes do fórum Railworks Brasil,

Agradeço os comentários dos amigos e a quem me positivou. Infelizmente as condições da ferrovia são bem diferentes das que tive oportunidade de ver na época da RFFSA. Não vou comentar para não ficar com raiva de como o patrimônio e a cultura ferroviária foram jogados pelo ralo. Mas para nos divertir um pouco, vou postar umas fotos aqui.



São fotos atuais do túnel original do traçado da ferrovia Paranaguá a Curitiba. Hoje ele é uma propriedade particular. Vou colocar o link da propriedade do Sr. Ari Portugal.

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Abraços do Edu.

Olá amigos participantes do fórum Railworks Brasil,

Com a colaboração do amigo Patrick que fez a caminhada comigo no domingo, aqui está um vídeo feita com as fotos que registramos de nossa aventura.

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Durante nossa caminhada de retorno até a estação desativada de Roça Nova encontrei alguns dormentes que não são de madeira.




Na última foto, além de ser possível ver a quantidade de tirefons amontoados junto ao gabarito, se os amigos perceberem os dormentes tem a marca de rodeiros que descarrilharam neste trecho. Se fosse no tempo da RFFSA todos eles seriam substituídos, além do que não haveria mato sobre as pedras do lastro até as canaletas de escoamento de água. Era por essas canaletas que os moradores andavam com bicicletas sem caírem por causa de pedras ou obstruções nelas.

No entanto, caminhar por entre a mata tem seus atrativos.



Abraços do Edu.